sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Made in TUPINIQUIM!


Gaylera, o Perolex agora será internacional (internaTCHIonal)! Gente chique é coisa outra, né? Antes que vocês me perguntem... Estou embarcando, este sábado (06/12), para Reno, uma cidade do estado de Nevada, a duas horas de Las Vegas, nos Estados Unidos. Eh, vou ficar Barack Obando lá! Vou trabalhar numa rede de Hotel & Cassino chamada Harrah's. Não, Eu não vou casar com um velho milionário, barrigudo e nem vou dançar no pau feito Alzira. Ah, não me peçam para trazer perfuminhos ou coisa do gênero. Sou chique, não mulambeira. ARRUDÊA! Vai numa loja de importados.

Intaum, como tinha que ser, as nossas aventuras papolescas agora serão Made in Tupiniquim! Claro, é Perolex conquistou este importante selo de qualidade.

Para quem está em RECIFE (Hell Sífilis), o bota fora será HOJE (05/12), a partir das 20h, na Rua da Moeda, no Recife Antigo. Adoraria vê-los, nem que seja para uma visitinha de médico e fotinho de orkut, à la "Friends Forever" ou "I love my life because my life is you" (quem nunca escreveu isso no caderno quando era pirralha? HUM?!). Ah, e Eu não vou pra Casa da MOEDA porque a coca-cola é muito cara e alta do dólar me deixou mais lisa que bunda de minino. Então, estarei no bar que fica de esquina (que Eu não sei o nome). mas que tem um monte de gente sempre e as cadeiras são amarelas. É ilso, espero vê-los.

A Kiss in your ass – traduzindo: UM BEIJO DA MAGA, UOW!

PS: Eu deixo vocês me addiddirem no google talk. Concedo essa licença!

Metamorfose - Parte III: Viva la Vida Loca!


Com os anos da faculdade percebi que as personagens, representadas por atores e atrizes lindas, das novelas e filmes sempre se atracam com outras mais lindas e perfeitinhas ainda. No final, ou elas trocam os parceiros (as) por outros mais lindos, ou acabam loucas num divã. Já as personagens destrambelhadas, desastradas e cômicas sempre acabam com um final original. Posso está tendo um posicionamento muito simplista, mas se você olhar direitinho, até que é muito coerente.

Vivemos uma época em que podemos beijar quem quisermos sem, necessariamente, precisarmos assumir algum tipo de relacionamento sério com elas, o que não implica que beijamos o vazio e muito menos que não exista um relacionamento. É isso aí. RE-LA-CIO-NA-MEN-TO! Palavra assustadora, né? Entendendo relacionamento como a interação entre duas pessoas, resultando em sexo ou não, como as relações entre amigos. Se pensarmos assim, fica fácil entender e lidar com os telefonemas ou os verdadeiros chicletes que possam surgir nos dias seguintes. Além de que, também pode facilitar o sexo casual, que é quase uma epidemia quando se está na universidade.

É muito fácil concordar com Raul seixas “ninguém é feliz tendo amado uma vez”, mas quando se está apaixonado é ainda muito mais fácil discordar. O estado da paixão, à medida que você envelhece, se torna muito mais forte e perigoso. Por outro lado, é a mola propulsora que faz você viver os momentos mais felizes ou, pelo menos, mais inesquecíveis da sua vida. Quem nunca cometeu loucuras por paixão é que é o verdadeiro maluco.

Levar um pé-na-bunda também pode deixar o cara perturbado. Mas, se entendemos que as pessoas são únicas, mas não insubstituíveis, fica mais fácil esquecer e nos adaptar a uma nova realidade. Às vezes, quando estamos apaixonados, não imaginamos alguém melhor que a figura desejada. Com o tempo, vemos que tais figuras não duraram porque cada fase de nossa vida requer novas pessoas. Certo, mas e os casados, como se explica?

É preciso refazer-se a cada fase da relação. As pessoas que somos hoje, com certeza, não seremos mais daqui a um ano, quem dirá num prazo de 10 anos e mais. Essa metamorfose, é que mantém o casamento ou os relacionamentos mais longos. Pois temos duas escolhas: ou evoluímos ou regredimos (o que significa anular-se, negar a si e desrespeitar-se, ou seja: é muito negativo). Então, ou você acompanha a evolução da parceira (o) e evolui junto; ou você torna-se uma pessoa inerte, podendo regredir, só para se manter no nível do parceiro (a); ou, então, acaba o relacionamento, o que não é o fim do mundo, muda de hábitos e vive uma nova vida.

Quando temos autonomia de nossas vidas numa relação e não a fazemos em função do outro, fica fácil arriscar. Agora porque estou falando tudo isso? O ser humano é uma merda e a fidelidade feminina ainda mais. E se essa fidelidade partir de amigas, ela é ainda maior. Estou eu, em pleno sábado à noite, quando a Poeteira me liga implorando pela presença da Diretoria Executiva na reunião do The Women Liberation Front, no Recife Antigo. Argumento para a companheira as minhas inviabilidades acadêmicas. Altas horas da noite, ainda estudando, recebo uma ligação de Mary-Li – “Tu não sabe quem eu vi?” XIII!!! Odeio quando ela fala assim. Já sei que lá vem merda. A priori, imaginei que se tratasse de minha Batatinha Ruffles de Cebola e Salsa que tivesse passado pelo grupo. Mas aí, a ligação não teria o menor sentido, apesar de adorar Ruffles de Cebola e Salsa. Foi então que ela disse. – “O Míope tá aqui e com a magrela horrorosa!”.

Míope é uma das figuras mais marcantes da minha vida. Não apenas pelos longos momentos de putaria que passamos juntos, mas por se tratar da pessoa quaaaaaaase (hoje vejo que é muito quase) ideal pro meu juízo. Vivemos muitos momento legais, pelo menos pra mim, e temos uma amizade muito gostosa. Apesar do mau humor dele, que surge de vez em quando. Confesso que, às vezes, morro de vontade de pular no pescoço dele e dá um xero no cangote, mas o sentimento que tinha já não existe mais. Com o tempo, as coisas mudam, as pessoas mudam e, por mais que o tesão exista, ele não é suficiente. As coisas atingem outro patamar.

Sabe aquele tipo de pessoa que basta você conviver uma semana pra sentir uma puta saudade quando está longe? Ele é uma dessas. O foda (ou melhor, a falta dela, que é um problema não tão simples de resolver) é que todas as pessoas que eu sinto isso, estão a quilômetros de distância de (Tá! Tá, Mari. DO, NO e Para O) Recife, espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Enfim, o fato dele está perto só me faz querer matar ainda mais a falta que ele me fará quando Eu partir. Ele me faz não sentir tão Clarice Lispector no mundo e torna tudo muito espontâneo, até mesmo o mau humor. Na verdade, sempre achei que nunca daríamos certo como casal de namorados. Confesso também, que fico ainda muito comedida em ser Eu mesma quando estou com ele. É muito difícil ser você merma em todos os lugares e para todas as pessoas. Não sei nem porquê deu tá escrevendo sobre isso. Acho que, de alguma forma, saber que ele está com a magrela (que Eu não sei quem é e não faço a mínima questão de conhecer, digo logo!) me incomodou. Não sei se é ciúme do amigo ou da pitoca. Só sei que, tudo isso não faz o mínimo sentido. Vê que merda! Comecei falando de amor, passei por toda minha vida de adolescente frustrada e terminei numa história que não tem nada a ver. Então, já que subimos num pé de bananeira pra pegar goiaba ao longo dessas postagens, não esqueçam “amor, vai sempre ser amor. Em qualquer lugar!”.

Eis a frase da semana: “Eu quero ovo de codorna pra comer, o meu problema ele tem que resolver!”. AH, e Eu não sou gay, sou maxu!

Todo o problema do mundo está na foda! Seja ela qual for. (Papola Alucinógena)

Metamorfose – Parte II : A Faculdade



E assim foram passando os anos. A escola terminou e começou a faculdade. Para não perder tanto a quase inexistente prática que aprendi, continuei usando os velhos truques da sabedoria popular pré-adolescente: tentar pegar o gelo da xícara com a língua; beijar a mão fechada, tentando contorná-la com a língua (Essa é clássica!). Os efeitos colaterais: inúmeras vezes vai entrar água no seu nariz e você ficará com a mão toda babada. Esses treinamentos, óbIvio, que Eu fazia dentro do banheiro para ninguém ver.

Nesse meio tempo, tive muitas paixõesinhas, mas vivia frustrada porque quem iria olhar para um esqueleto ambulante e despeitado. Logo nos primeiros dias na faculdade, já senti que o mundo universitário era bem diferente do colégio. Em compensação, Eu também havia mudado. Meu corpo, minha mente e aqueles gatinhos que antes não davam bola pra mim, hoje, me vêem com outros olhos. O mais engraçado é que quem não os quer mais sou Eu.

Na universidade, você começa a entender que o mundo é maior que seu pensamento. A minha filosofia de vida, finalmente, deixou de ser reprimida pelo coletivo do ensino médio e, com a ajuda de Papola, passei a viver à minha maneira. Tudo se tornou mágico, intenso e com algum valor. Mesmo que a velocidade da luz rode o velocímetro dos momentos, eles passaram a ser especiais. Não precisam durar para sempre, mas que caibam na eternidade do momento, já dizia uma cara cult aí!

Mas o tempo não pára e os dias continuaram passando. Mais pessoas interessantes foram surgindo até que dei o meu primeiro beijo de verdade. Ele não era nenhum príncipe, nem era meu namorado. Éramos amigos. DE VERDADE! (E já viu a gente ficar com inimigo? Eh, vai depender do fetiche de cada um!). Foi singelo e gostoso. Eita, aquilo é que foi beijo. Por outro lado, foi aí também que percebi que os homens são idiotas. Porque o problema dos outros primeiros beijos não foi por minha culpa, mas por incompetência (se é que essa palavra cabe) deles. Para beijar bem alguém, não precisamos estar apaixonados por ela. Basta respeitá-la e não recebê-la como mais uma figura para coleção ou uma mercadoria que se “usa e abusa”. Foi então que passei a compreender que comigo sempre seria diferente.

Eu poderia sair pelas noites e dias do Recife me atracando com figuras interessantes e bonitas da cidade, mas elas apenas completariam o álbum, o que faz tudo perder a graça e a emoção para mim. É por esse tipo de pensamento que, às vezes, penso que sou de outro mundo. Depois, vejo que, na verdade, sou mais egoísta. Me preocupo com o que as coisas, as pessoas e os momentos representam para mim do que pelo que realmente são ou podem significar. Claro que, as impressões da outra pessoa interessa, o que ratifica minha teoria do egoísmo.

Esse egoísmo, no entanto, apesar de ser saudável, pode trazer danos, porque as pessoas com quem nos envolvemos, mesmo por alguns minutos, muitas vezes não merecem essa eternalização (Essa palavra existe?). Por outro lado, é o egoísmo que nos protege das decepções com o outro (seja um amigo veterano ou recém chegado) e com as frustrações, já que você fez o que PARA VOCÊ tinha sentido e importância (mesmo que isso signifique se importar com a satisfação do outro).

Não vale a pena passar pela vida sem encontrar valor nas coisas frívolas e cotidianas, pois elas é que são a vida e dão sentidos a nossa existência. Assim como não tem graça permitir que as pessoas passem por ela sem deixar um acréscimo de valor. Tudo o que acontece com o seu corpo e sua mente reflete na sua alma e é ela quem faz tudo ter sentido. Não permita que alguém a viole para satisfazer seus próprios desejos. E é nesse ponto que muitas garotas deveriam ter cuidado.

A virgindade feminina, embora não seja uma coisa do outro mundo, não pode ser banalizada. Para algumas, perder o cabaço (ou, perder a virgindade para os não-pernambucanos) tem todo um processo, toda uma significação. Essa coisa de amor de pica é o amor que fica é pura FRAUDE! Se fosse assim, OUX...não ia ter mulé que quisesse olhar pra cara do bofe depois da furança. Dói, arde, sem contar que a sensação da penetração é muito estranha. (Tente esticar a boca ao máximo, puxando com os dedos indicadores. É uma sensação parecida.). Um negócio duro e ao mermo tempo macio entrando e saindo num vuco-vuco sem noção. Dá até para você parar, olhar pro espelho do teto do motel e ficar pensando – “O que miséra dos inferno Eu tô fazendo com essa merda me bulinando aqui. Bora minino, termina isso logo! Bora! Bora! Bora! Xô! Xô!”. Até você se acostumar com o brinquedinho estranho e saber todas as malícias de como atingir o nirvana, é tudo muito o Ó.

Sem contar que muito homem (muito mermo) não sabe o que é preliminar. Na moral, se sexo fosse 90% de um relacionamento, pode ter certeza que a maioria seria de casal lésbico. Deveriam existir cursos de capacitação em “Como fazer preliminares em mulheres” e “Como chupar uma buceta”.
É por isso que Eu reafirmo: o homem é um bicho muito babaca. Pensa que dá uns beijinhos da boca, meter o dedo e dá um chupão na priquita, já tá na base. Minino! Mininooooooo!!! Ôôôôô mininuuu! Até o chacoalhar do busão se garante mais. Eita que mulé em período fértil também é um perigo! Qualquer saculejo já dexa a bichinha muito doida! Além de que o rosto dos passageiros é a última coisa para onde elas olham.

O processo de olhamento começa de baixo para cima. Das pernas, passando pela bunda até chegar as costas e peitoral, voltando para a bunda. Se não for gostosinho meu filho, ARRUDÊAAA!!! Gosto de galetinho não, digo logo! Pra mim, nem pode ser frango, nem picanha, tem que ser filé! Gordura de mais faz mal a saúde e carne é importante para o desenvolvimento, tem proteína. Ô Gloria!

Putarias à parte, cada pessoa tem a sua definição de gostosinho. Para algumas, um magrinho de 1,80 é o fetiche, enquanto pra outras, tem que ter o excesso de fofura. O importante de fato é nadar de braçada! Esse negócio de 10 metros rasos e mergulho cachorrinho, tá com nada. O lance é 200 metros livres e borboleta, rapá! Uiuiuiui, então, dá licença que Eu vou tirar meu filé da brasa e cair na piscina olímpica. Aff Maria!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Metamorfose – Parte I : O colégio


Sempre que estamos num bar com alguns amigos, falar de amor e sexo (quase, necessariamente, nessa ordem), é inevitável. A conversa sempre começa com os papos mais cabeça como conjuntura política, economia e até filosofia, mas também sempre acaba terminando (ou se prolongando) nos temas pertinentes a metança. E aí, é que você percebe o quanto que o tempo passou e você mudou (rimou! Ops! De novo!). As coisas que, antigamente, só aconteciam com seus tios e os amigos de seus pais, hoje, acontecem com você e com seus próprios amigos. Nesses momentos de cemancol é que fazemos uma retrospectiva das melhores e piores fases de nossa vida. Começando pela infância e os desenhos animados, passando pela pré-adolescência até a fase...adulta?! Não! Vamos falar em atualidade. Assusta menos.

Eu lembro bem quando piarráia, o Dia das Crianças (principalmente, por ser meu aniversário) e o natal eram as datas que Eu esperava com maior ansiedade. Ganhar bonecas, carrinhos, joguinhos, barbies e chocolates era certo! Os presentes vinham de vó, tia, pais, vizinho...enfim, era uma festa! A maior frustração era quando rasgava o pacote e me deparava com uma calcinha (quem nunca ganhou uma calcinha bunda-rica na vida, hein? A minha era vermelha). Pior que isso, só quando minha mãe, numa fracassada tentativa de me tornar menininha, dizia “você já é uma mocinha!”. EU? Mocinha?! PELAMORDEDEUS!!! Eu tinha 10 anos e brincava de Comandos em Ação, Jaspion, Giban e Jiráia com meus irmãos. Ser chamada de mocinha era desmoralizante demais. E como tudo pode piorar... ela ainda fazia isso na frente da classe maxulinista da família, em que Eu era integrante híbrido, claro!

Namoradinho? Herg!!! Eu tinha tanto medo do desconhecido que no dia dos namorados do ano de 1995 pedi a Santo Antônio para nunca casar. Eu era maxu, não tinha como negar. Tudo bem que Santo Antônio tá cumprindo com primor o pedido, mas... Porra, Santo Antônio! Eu só tinha dez anos, caraí! Sei que tá cedo ainda para dizer isso, mas não quero virar personagem de “Friends”!

Aí chega a fase da adolescência. A mais chata e humilhante. Ganhar roupas já passa a ser interessante. Por outro lado, todo mundo acha que você nunca tem idade suficiente para nada. Sair com as amigas, só se estiver em casa às 23h (hora que geralmente a festa está começando). Sem contar que ter meninos como amigos, para seus pais, era o mesmo que “Eles querem comer seu cu” (eh, essa Eu ainda ouvi na faculdade). Acho que as amizades nessa fase da vida são as mais sinceras e duradouras. O problema, de fato, de toda minha adolescência foi a resposta a pergunta “o quê vestir?”.

As tais e famosas mudanças hormono-corporais aceleradas, comuns nessa fase da vida, comigo foram devagar quase parando. O meu corpo Buchen de hoje não é por acaso. Naquela época, Meu Deus, Eu era quase uma Olívia Palito versão pele e osso. Enquanto minhas amigas tinham peitinhos bunitinhos e um lindo par de nádegas e pernas, Eu sofria com a falta de TUDO!!! (Ai, coitada!) Era terrível! O que me consola é que, boa parte das menininhas gostosinhas daquela época, hoje, são barangas e Eu...tô no auge. Sempre! ÓbIvio! Mas, um dos momentos cruciais e altamente constrangedores para qualquer ser que disponha (mesmo que por engano) de um útero saudável é, sem dúvida, a PORRA da menstruação. Nunca me esqueço o dia que conheci um absorvente.

Quando tinha nove anos, pedi a meu pai para comprar fraldas descartáveis preu poder brincar com minha boneca de plástico, a única que Eu podia dar banho sem que ela morresse (você quer dizer mofasse). Então, o velho apareceu com um pacote de absorvente Ella. Fiquei frustrada, claro! Eu, uma criança pura, esperando um pacote de fraldas Pampers, me deparo com um absorvente. Aquele pedaço de algodão comprido não tinha barreiras laterais para impedir o xixi de minha boneca péba de sair.

Bem, de todas as garotas da família, apenas Eu ainda faltava ficar de BOI (múúú!!!), chico, 301... qualquer nomezinhos e códigos desses que as garotas sempre criam para poder falar no assunto em público sem que as pessoas saibam, ainda mais os garotos. Certa manhã do mês de agosto, aos 14 anos, acordei com dor na bexiga e uma vontade monstra de mijá. Inocentemente, sem pensar que a vilã estava a espreita, tirei a calcinha e...BUUUMMM! - PUTA QUE PARIU! Essa merda veio! – pensei. O pior era ter que fazer o comunicado oficial a minha mãe. Claro, elas são sempre as piores nessas coisas. Mas fui bem objetiva. “Mãe, não ria. Eu menstruei”. A princípio, ela reagiu naturalmente. Me deu o absorvente e voltei pra cama. Foi então que comecei a me contorcer. A tal dor na bexiga era a da famosa cólica, que só conhecia por minhas amigas. O negócio mais parecia que tava me rasgando por dentro e só acalmou depois de uma dose potente de dipirona. Mais tarde, com a maior cara de quem levou uma surra, recebo o telefonema da minha tia: “Parabéns! Êh, êhhhh!”. E a resposta não poderia ser diferente: “Parabéns por quê? Por sangrar todo mês, ter que usar um pacote de fraldas durante uma semana e ainda me dopar de analgésicos? Fala sério, tia!”. Mais delicada, naquele momento, impossível. Nós não vivemos numa sociedade mulçumana. Será que ninguém entende isso?! Só faltavam fazer festinha e mostrar a calcinha.

A chegada da menstruação, porém, não diminuiu minha donzelisse (traduzindo: tabaquice, mamãozisse, abestalhadice). Há quem diga que esta é muito forte até hoje. Eu discordo! Isso é inveja! E olhe que Eu é quem sou despeitada, hein! A adolescência e a descoberta da sexualidade é uma droga quando você se parece uma gazela...”Voa gazela! Voa!!!”. Essa, fica pra parte II.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Um dia na Cafuçolândia!


Com o sol forte queimando no quengo (que não é o masculino de quenga - que é o mermo que puta - mas de nuca) e o calor desgramado que tá fazendo já sentimos que estamos no verão. Eh! Aqui em Pernambuco não tem esse negócio de primavera e outono não. Isso é coisa de viado e nóis sêmo cába maxu (traduzindo: cabra da peste. Geralmente, a expressão é usada para designar um matuto – pessoa do interior, caipira – brabo que quando mata é cá pexera, rapá. Mané revóvi!).

Com a chegada do sol, vem a praia e as famosas histórias de verão. No último fim de semana, Maryangel (vulgo Mary-Li) implorou, chorou, quase lambeu meus pés, preu passar o finde com ela e a Poeteira na praia de Gaibu (no Litoral Sul do estado, no caminho para a praia de Suape - que não é só um estaleiro). E assim, o The Women Libertation Front estava reunido mais uma vez.

O babado começou logo na chegada. Eu, com minha cor de lesma reluzente e uma bandana na cabeça, mais parecia uma gringa desfilando de mochila na rua. Daí o porquê do meu vulgo nome do trio The Women ser GRINGA. O quarto que ficamos na pousada não poderia ser diferente. Era altamente butterfly. Cheio de flores, estrelas, sol, lua e nuvens grafitados nas paredes. Era altamente gay, super, hiper Liberation Front. A única coisa ruim é que as toalhas da pousada não enxugavam. Vamos dizer que elas nos deixavam “levemente secas”. (Ah, pra mim, é quase papel toalha de banheiro de restaurante chique – “Use apenas duas”). Isso já nos colocava no ritmo de Nação Zumbi - “Toalha nova, não enxuga! Faça sol ou venha a chuva!”, exceto pelo “nova”, claro. Mas tem bronca não. Somos meninas descoladas e com pinta de surfistas, logo não podíamos nos queixar. Até porque ficar molhadinha (UAU!) e bronzeada dá o aspecto de modelo de propaganda de cerveja. (Então minha filha, ARRUDÊÊÊAAA!!! Você com essa cor morena gesso...impossíveeelll!!!). Alojadas! O próximo passo foi pôr o biquininho “sou sexy, mas não sou piriguete” e nos jogarmos na praia.

Êhhhhh, marzão! Ondas, surf, curtição. Só não dava pra azarar ninguém porque, em Gaibu, você tem duas opções: ou se agarra com um cafuçú de Olinda com cara de mala metido a surfista, ou com os nativos! Nesse caso, é melhor ficar sozinha! Atingir o nirvana com a minha meditação! (uuuhuhuuUhUhuhuhuhUhuUh!!! Com a força do pensamento, hum?! Danada!) Amiga, tô na péda, né doida não! Depois de servidas de uma geladinha cerveja, eis que um dos três celulares toca e a confusão começou. O quarto membro da nossa equipe, que é homem, infelizmente, ameaçou não vir e, com umas conversas muito tronchas que num convencia nem minino pequeno, deixou a ninja do grupo estressadinha. Mas, para nossa surpresa e felicidade geral do priquitin magoado (forma pernambucanamente mineira de dizer priquito!), para alegria geral da nação, o farrapeiro criou juízo e apareceu...com uma garrafa de mingau russo. Óia! Eita que a noite foi boa. Eu e a Poeteira mais parecíamos duas autistas dançando balé na beira do mar, rodando feito loucas às duas horas da manhã. Ah, sem contar que tivemos direito a trilha sonora cantada por nós. O hino do The Women Liberation Front:

“I'm Too Sexy For My Love. Too Sexy For My Love. I'm Too Sexy.
I’m too sexy For Your Party. Too Sexy For Your Party. No Way I'm Disco Dancing” – uhuuu!!!

A aventura aconteceu mermo no domingo. O que no dia anterior estava tranqüilo, agora estava repleto, invadido, pela MUNDIÇA! Aff, Maria!!! Nunca vi tanto cafuçú por metro quadrado como Gaibu em dia de domingo. MÍsericÓrdia! Era muita farofa! Meu Deus! Ainda assim, Eu propus ao pessoal uma trilha até Calheitas, que é uma praia vizinha e bem mais decente. E foi logo no começo da trilha, bem cedo do dia, que vi uma cena chocante (uma é eufemismo, filha, foram vááárias cenas impressionantes!!! Coisas dignas de Caco Antibes).

Em questão de segundos, as pedras que formam uma divisa entre as praias de Gaibu e Calhetas encheu (Não! INTUPIU!!!) de cafuçús! JESUS CRISTO TEM PODER!!! Eu subia as pedras num despero sobrecomum. Um medo de pegar bite-bite, xanha e de ser confundida com esse povo melequento de bronzeador peba (traduzindo: ruim, fulero, fajuto). É como diz uma amiga: “Eu odeio um pobrinho!”. Tudo bem ser pobre. Eu merma, sou lisa! Mas, vamo ser limpinho né? Estilo de gente é uma coisa que se aprende, não se compra não. Não vende em “mercadinho”!

Juntando todas as minhas forças, Eu sentia, dentro do íntimo do meu Eu profundo, que poderia superar tudo aquilo. O clima, sol, praia, verão 2009 ainda estava em mim. Porém, tudo desmoronou quando, ao olhar para trás...PRÁÁÁ!!! Dei de cara com uma mala cheia de farofa. Era mala meeerrrrmo, de cum força. Sem exagero. Me senti num filme de ficção. São coisas que você acha que não existe e que nuuunnnca vai ver. Eh, a arte, definitivamente, imita a vida. Pra completar, ainda consegui ver os pratos duralex marrom que a dona trazia pra botar a farofa. Meu Deus! Mas isso...............eu... ainda... pô...pô...podia superar.

Ao voltarmos da trilha, sedentas e famintas, procuramos, imediatamente, uma barraca para nos acomodarmos e tomarmos aquela água de côco geladinha. Ô Grória!!! E só aí que tive noção da cafuçada que nos cercava. Era muito bife à milanesa! Viiixxxeee Maria! Coisas à lá novela das oito! Com um olhar infalível e atento de jornalista fofoqueiro de coluna social, percebi que o vendedor de bronzeador, óleos e protetores estava carregando uns potinhos visivelmente caseiros, que mais pareciam potes de exame de fezes, com uma meleca branca. Curiosa que só Eu, comecei a catar com os olhos algum ser da espécie cafuçú para saciar minha curiosidade.

Pra minha sorte, a mulé que tava do lado da nossa barraca comprou um e começou a se lambuzar com aquela meleca branca. “Ô moça”, cheguei toda empolgada. “Me responde uma coisa. O que é isso que a senhora tá passando no corpo:”. E para minha enorrrrrmmmmee surpresa, ela respondeu: “Ah, minha filha, isso é vasilina!”. (VASILINA? Mal pude acreditar. Mas isso, pelo que Eu saiba é usado para outros fins e meios, sim?). Melhor que a composição foram as indicações. “É, minha filha. É bom porque doura mais rápido e as gordinhas usam isso pra queimar as gorduras localizadas. Olhe, mas quem é branquinha assim, não pode usar isso não viu!”. Ai, respondi rapidinho. “AAAAAhhhhhh, claro! Claro! Não se preocupe. Ficarei longe. Bem, longe!”. Saí daê, baranga! Tá achando o quê? Eu, uma lady. Uma mulher Buchen e fina em todos os sentidos. Me entupo de protetor 60 todo dia, minha queridinha.

Esse mundo tá perdido! Depois do uso das fitas crepes pra fazer aquelas marquinhas de biquíni asa delta de dançarina de brega, dos verões passados, achei que nada poderia ser pior. A bicha era tão burra que não parou nem pra ler o pote que dizia PARAFINA! Quem tem costume de usar isso são os surfistas para deixar as pranchas mais lisas e os cabelos com aspecto de queimados. Eis que chegou a hora de partir.

NUNCA MAIS! NEVER AND NEVER!!! Eu pegarei busão entre o meio dia e às 17h. Depois que saímos da pousada, fomos lindas e bronzeadamente pegar o busú de volta pra nossa terra civilizada. Porém, o dia na Cafuçolândia, ainda não havia terminado. Ainda tinha a volta de ônibus. Pense num vuco-vuco. O busão mais parecia uma lata de sardinha de tão cheio que ficou. O filho da puta do vendedor de ostra resolveu ficar em pé, justamente, ao meu lado e colocou a porcaria do balde fedendo a peixe bem nos meus pés. PUTA QUE PARIU! Era uma catinga de suvaco. Um calor. Uma agonia! Gente empurrando. Brigando com a cobradora. Pra completar tudo, uma pirralha resolveu mostrar pra que veio no mundo e começou a chorar no meu pé de ouvido. “Ai pirralha chata do caralho, cala boca desgraça. Tá aprendendo a ser cafuçú logo de agora pexte dos inferno”. Pra fechá, o idiota do motorista passou a viagem roendo o cotovelo e cerrandos as gaias e não mudava a porcaria da música do rádio. Foi Lara Fabian com Love by Grace, a viagem inteira. Ô mulé de guela potente.

(...)There's a weakness in my faith.
I was brought here by the power of loveÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ...

Chegando, finalmente, at my home. Parei para fazer uma análise sobre o fim de semana e tudo o que se sucedeu. Eh, a lei de Malthus está certa. Só uma grande guerra ou uma mega desastre ambiental pra frear essa PG desgraçada. Afff!!!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

"...RÁ-TI-BUM!!! Perolex! Perolex! Perolex!”



O Perolex fez aniversário dia 31, geeente (Que soft!) Foi bom estar com vocês, brincar com vocês, deixar rolar solta todas as nossas putarias e é no faz de conta que a gente apronta. Ô GLÓRIA!!! A paródia não tá funcionando muito, mas já deu para entender que o nosso blog tá completando UM ANO DE VIDAAAAAAAAAA!!! Êhêhêhêh!!! “É pica! É pica!...” (Ai, racha... Sai, bicha!) E chama a Supernanny que ninguém agüenta essa Papola no juízo. Vamos criar o cantinho da disciplina!!! E haja cacete!

Eu tenho ao longo desses meses recebido muitas cartinhas de amor, depoimentos e manifestações de carinho (a là “Tu é HOMI, porra!”) que demonstram o quanto que o Perolex tem atendido às necessidades dos ciberespectadores maXus, que se sentem desolados com a quase extinção da espécie e também de alguns homens frustrados que procuram nossos conselhos papolescos para ver se tomam jeito. Não sou Márcia Goldsmith (e só frango e piniquera que precisa daquela baixaria social), mas o nosso papo reto tem dados frutos! (Papo reto? Retíssimo, bein! UAU!). Mas, vocês devem está se perguntando o que ganhei de presente, né? A VIDA! Sei que parece muito auto-ajuda, mas depois do incidente que aconteceu na quinta-feira, dia 28, quase véspera, vocês irão entender.

Neste dia, a empresa onde trabalho recebeu a visita de uma comitiva de africanos que ia conhecer uma das ações sociais que a Companhia desenvolve. Até chegarmos no tal projeto, seguimos um comboio, formado por três vans e duas caminhonetes da polícia federal. Como somos de empresa pública federal, o motorista e o outro funcionário tiveram a brilhante idéia de entrar no bendito comboio. O babado é que a última caminhonete, que fechava a fila de carros, trancou quatro vezes o veículo em que estávamos. Detalhe: a velocidade mínima de um comboio da polícia federal, segundo fontes oficiosas, é de 120 km/h, pelos meus cálculos, nós estávamos a 140km/h... e tome tranco. O carro só aquetou o facho, claro, depois que bateu!

Quando levamos o quarto e último tranco, um motoqueiro apareceu na nossa frente, o que obrigou o motorista a desviar - se não, ele se arrebentaria todo, ainda mais porque havia um caminhão na frente dele - e nesse desvio...UM ABRAÇO! A nossa valia é que a rodovia, naquela fração de segundos, abriu-se numa bifurcação em “Y”. Mesmo assim, era quase impossível aprumar o veículo na pista devido à alta velocidade e aí fomos diretinho no sentido do poste que estava prostrado a nossa frente - “Pronto! Me fudi! Me fudi!” - era a única coisa que, calmamente, Eu pensava. Foi cena de novela, chefe. Quando estávamos a poucos centímetros do poste, senti que o carro subiu num barranco de alguma coisa. “Pronto! Agora, vamos capotar!”. (Que lindo, é cena de filme. Você não é uma pessoa chique?! Digna de Hollywood? Intaum...Mantenha a pose) Porém, quando menos esperava, (“Porém”? - ninguém fala isso!) era lama pra tudo que é lado! Pois é, o tal barranco era de barro e, por sorte, o barro tava mole e atolou o carro. (Ainda bem que o vidro tava fechado. Já pensou Eu toda melada de lama? Toda minha pose de assessora de imprensa poliglota e de cabelo fashion teria ido pro beleleu!).

Engraçado que as pessoas depois ficaram me perguntando se a minha vida tinha passado diante dos meus olhos? (Eita povo besta! Se isso tivesse acontecido, de duas, uma: ou o acidente ia congelar no tempo até que ela terminasse de passar – o que seria suficiente preu destravar a porta do carro, sair do veículo e ainda “trabalhar o gado” cinco vezes, antes de voltar e colocar o cinto – ou, então, minha vida só vale uma rapidinha de alguns milésimos de segundos, porque a única coisa que Eu pensava naquele instante era “Me fudi! Me fudi! Me fudi!”

A parte engraçada (e isso é possível se tratando de minha pessoa) é que os três ficaram por quase três minutos em silêncio dentro do carro atolado. Depois que constataram que todos estavam bem, o motorista e o outro funcionário começaram a xingar a mãe dos policiais. - “Alguém me arranja um maracujina presse povo! NÚ, ainda bem que aqui tem um maXu pra manter a situação sob controle” - gritei em pensamento. Às vezes fico impressionada com minha tranqüilidade em situações como essa. Eh, sou maXu! Tá explicado. A gente só se ligou em sair do carro quando as pessoas começaram, com cada butuca de olho, a se aproximar lentamente do local do acidente (AAAhhh, pra mim, era gravação de MIB. Mais parecia que aliens iam sair do carro ao invés de pessoas). Apesar da sensação de ter passado horas, tudo isso aconteceu em, aproximadamente, 6 min (Viva a teoria da relatividade!).

O pior sempre vem depois. O tal funcionário espalhou pra todo mundo que Eu tinha gritado e estava “tremendo mais que vara verde!”. VARA VERDE É O TEU PASSADO, Ô INFELIZ! Mas tem problema não, todo mundo sabe da reputação de bundão que ele tem. Tem certas coisas que nem mastercard resolve, companheiro. Deixar de ser bundão é uma delas. O incidente serviu pelo menos para aprender duas lições: nunca ande sem cinto, pra não virar protagonista de uma novela, e nunca ande de vidro aberto, você pode tomar um banho de lama e acabar com sua chapinha. Eh, isso deve ter sido o inferno astral do aniversário do Perolex!

PS: Não esqueça do meu presente! Quem vier com papel de carta, mesmo da cartigem, Eu mando enfiar! Quem enviar presentes ou cartõesinhos on line, Eu juro que respondo com um puta vírus que aprendi no “Penetration” - curso para harckers. Quem for liso e vier com cinquenta centavos ou um big-big, eu vou mostrar o meu lado Magaiver e juro que faço uma bomba explodir quando você abrir a carta de promoções de um cartão de crédito que você não solicitou. Então, cria vergonha na cara, ô, e me dá um presente decente que lembrancinha é coisa de pobre.


ANO DE ELEIÇÃO

Diga NÃO aos terrorritas da politica. Vote em Bin Laden 666! Uma explosão de cidadania. BUUUMMM!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A volta da Papola


Após um loooongo e estressante período de férias, finalmente, Papola resolveu voltar do recesso. Nunca imaginei que minha vida ficaria tão bagunçada sem ela. Quem conseguiu me acompanhar nesses últimos dois meses, constatou a tremenda agonia que vivi. Eh, definitivamente, me acostumei a ter uma dose papolesca alucinando minha mente todos os dias. E assim seguiram os dias sem ela: trabalho, trabalho, faculdade, curso de inglês, amigos, férias, família, mais trabalho, estresse, pai, frustração, mãe, estresse, irmão, "PELAMORDEDEUS!", agregados, sobrinhos, trabalho de novo, cabelo, roupas, dívidas, amigos, frescurite aguda, cachaça, ansiedade, hospital, dinheiro, festa, dor, intercâmbio, entrevista, EUA, mais ansiedade, mais amigos, um pouco de serotonina, emprego, namoro, "AIAIAI", aperreio, Eu já falei ansiedade? Enfim, VIDA!

Mas querem saber como descobri a volta da Papola? Na primeira segunda-feira de agosto, recebo um telefonema do pessoal do intercâmbio dizendo que Eu deveria estar às 17h30 na agência para fazer um teste oral (OPS! Não é nada disso que vocês estão insinuando nessas mentes pornográficas). Como sou uma pessoa trabalhadera, perguntei se poderíamos marcar para o dia seguinte, uma hora mais tarde, por causa do meu estágio. Tanto não poderia, como tinha 15 min para sair e poder chegar a tempo no terminal do ônibus para pegar o próximo que ia sair. E lá fui Eu, quase correndo no meio da rua.

De tão ansiosa que tava, fui logo a primeira a entrar no ônibus e sentei no velho fundão. Depois que sentei, passados alguns minutos, comecei a sentir um cheirinho meio azedo. Como era um cheiro estranho, funguei com mais força e constatei que o cheiro era de C...CA...CA-SSACO CASSACO! PUTA QUE PARIU! Mais Eu já tenho sorte, viu?! (Dá uma sacada nesse texto que você vai entender o porquê: http://perolex.blogspot.com/2008/02/o-buso.html)

Geralmente, os ônibus que saem dos terminais, fora do horário de pico, vão com duas ou três pessoas. Então, não seria muito difícil achar o responsável pelo odor. A merda é que Eu era a única pessoa perto de mim mesma e por isso comecei a ficar noiada, achando que Eu é quem tava fedendo. Como o ônibus estava quase vazio e a cobradora fica lááááá na frente (bendito seja o dia em que mudaram as catracas de posição), fui fazendo os malabarismos para saber se meu suvaco tava vencido. Primeiro, fingi que estava olhando para a janela e, como quem não quer nada, passei a mão nos cabelos. Assim, você tem a desculpa para levantar os braços e baixar a cabeça, como quem estivesse ajeitando a parte de trás do cabelo. É nesse momento que você vira a cabeça pro seu suvaco e dá a fuuuungada. O pior é que Eu repeti a proeza umas três vezes e o único cheiro que sentia era do meu desodorante teen de tutti-frutti, super hiper baby. Mas isso parecia não ser suficiente e continuei noiada. Se só havia três pessoas no busú (mais o cobrador e o motorista) não seria muito difícil achar o responsável pela tentativa de homicídio culposo por vias olfativos.
Tudo se resolveu, porém, quando olhei pro velho que estava sentado no meio do busão. Sei que é preconceito, mas pelo jeito de cachaceiro cassaquento (essa eu inventei agora. Deriva de “cassaco”. Tem palavra mais expressiva para designar um ser que fede e parece sujo?) Enfim, era do suvaco dele que vinha a catinga. “DEUS É PAI! DEUS É PAI!” – pensei, muuuito feliz. UUUFAAA!!! Relaxei! Nunca fiquei tão feliz em fazer uma viagem sentido a catinga de suvaco do povo cafuçú! Eh, mas Papola caprichou no seu retorno! O babado continuou na hora de descer.

Você já reparou que olhar pela janela do ônibus deixa você hipnotizado e mergulhado nos seus pensamentos mais que profundos? Eu já tava muito doida (acho que foi a catinga que me deixou drogada) e tinha esquecido de tudo, até a hora que me levantei para descer. Demente que só Eu, atinei para o que tava acontecendo quando vi o senhor que estava sentado à minha frente catucando o nariz por causa da catinga. Aí a nóia voltou e “de cum força”. Todos os outros três passageiros que também iam descer, contorciam o nariz, fazendo caretas por causa do mal cheiro. De pronto Eu baixei os braços e fiquei lá amuada. Meu Deus será que Eu tô fedendo ou tô doida porquê não tô sentindo. É a situação mais constrangedora que se pode viver. Pior até que uma buceta flatulenta.

Desci do busú, baixei a cabeça e quase fui correndo pra agência. O mais revoltante é que o único cheiro que Eu sentia era do meu desodorante teen, que nunca me abandonou. Será que existe ilusão olfativa? O próximo desafio era passar pela recepção do edifício empresarial, onde fica a agência. Quando entrei na recepção, que é climatizada, o cheiro de cassaco no ar. AIMEUDEUS! AIMEUDEUS! AIMEUDEUS! AIMEUDEUS! AIMEUDEUS! AIMEUDEUS! AIMEUDEUS! Vou fica looocaaa! Sou Eu! Sou Eu! Sou Eu! Sou Eu! Buáaáááááá! Depois veio o elevador e Eu lá, parecia que tinham colado super bonner nos braços. Subi frustrada. “Serei o comentário da agência, mas não dá pra ligar cancelando. E o que vou dizer – Oi, é que eu tive uns contratempos psicológicos de complexos axilares e não poderei ir!”. Não dava. O único jeito era IR! Como sou brasileira e a esperança é a única coisa que sustenta, assim que cheguei na agência, nem dei boa noite, corri pro banheiro. Tirei colar, blusa, sutiã, o escambau! Cheirei o suvaco. E...NADA! Funguei com todas as minhas forças a manga da blusa e...NADA! Sai cheirando tudo o que você puder imaginar. NADA! Só não fui nos pentelhos porque não sou contorcionista e nem a mulé cobra. Bem, pelo menos pude constatar que Eu sou uma pessoa estudante, pobre, mas limpinha.

Só faltava passar pelo teste final, meu Pai. Depois que fiz o teste oral na agência (êpa! Olha lá!), o véio passou para me pegar. Quando entrei no carro...NADA! Se ele não disse nada é porque nada tinha a não ser a nóia fila de uma puta na minha cabeça. Ô passageiro, cassaquento, velho miserávi. Vai tomar banho desgraça! Acabou com meu juízo. Não sei o que é pior: está fedendo, mas está tranqüilo; ou está cheiroso, mas se descabelando com a nóia. Nãããooo, definitivamente, fico com a segunda opção! Viva a Papola!

CURIOSIDADE

SUVACO é um palavra de origem cafuçú que é o mesmo que axilas, que são comumente conhecidas por sOvaco. Mas, convenhamos, com o U é mais melhor, né?

domingo, 1 de junho de 2008

“Uai! Uai! Uai! Uai! Queijo de QUAI!”


O meu primeiro desafio ao chegar em Minas foi me acostumar com o sotaque. Os “s” muito bem pronunciados e as acentuações fonéticas, às vezes, comprometiam a compreensão de algumas palavras. Além do “UAI”, “sôh!” e “trem baum!”, logo que cheguei, conheci o tal do FRAGA! Estava Eu à mesa, com Cabeção e Leitoso, que Eu acabara de conhecer. Era um tal de Fraga pra lá, Fraga pra cá, “porque Fraga num sei quê”, “fez isso Fraga”, “é culpa dele Fraga”. “Coitado de Fraga. Esse, tá fudido”, pensei. Com a intenção de sair em defesa do companheiro, quem nem conhecia, mas também pra não fazer nenhum comentário idiota, perguntei logo quem era a tal figura. Foi aí que os meninos me explicaram que Fraga, na verdade, é uma gíria mineira que equivale ao nosso “Tá ligado?!”.

Agora, imagine você dizendo: “Cara, a noite ontem foi do caralho, visse?”, “Meti muuuito, tá ligado?”. Realize um mineiro dizendo isso: “Cara, o show foi baum demais”, “Meti muito, fraga? Ôôô trem baum, sôh!”. Vaitimbora. Como diria um bom pernambucano: Eu quero lá saber de outro macho na minha cama, rapá!

Segundo desafio: saber se Eu estava “podendo”. Eu, nordestina, com minha sandália de couro e meu básico “oxente!”, fui me meter numa boate de uma capital do sudeste. Claro que a boate de BH não se compara as de Recife. Fiquei impressionada com o cubículo. Enfim, o importante eram as pessoas. Peguei a bebida “qualquer coisa ICE” e fui dá uma de mulherzinha junto com os meus três amigos secões. (Amigos? Com é que uma mulé vai com três amigos pra uma boate?) Era meu fim! Bem acompanhada daquele jeito, ia pegar ninguém. LLLóóógico!!!

Numa cidade em que o povo não sabe o que é donzelo, balaca, nem tabaca, (TÔ passsaaaada!), é difícil desenvolver uma conversa. Mas nada que um bom dicionário de pernambuquês não resolva. Ah e por falar nisso, a língua nunca foi problema para o minerin. O velho ditado que o mineiro come queto...hum!!! É a maior fraaaaude!

“NÚ!” (traduzindo: “nú” é uma expressão mineira que descreve a mesma sensação que você tem ao ver um véio pelanquento pelado. Ela passou por um processo parecido do “Oxente” que veio da expressão “Ó gente!”. Com o costume, o “oxente” assumiu outras derivações como o “oxen”, “oxe” e “ox”. De acordo com uma fonte oficiosa, o “Oxente” seria o resultado da não compreensão dos soldados brasileiros, que foram para a primeira GM, da expressão “Oh, shit!”. Voltando ao “nú”, o que soube é que ele deriva da palavra “Nusguete” e depois se resumiu em “Nusga” até chegar em “nú”. Enfim, vocabulários a parte...) Pense num mói de gente bunita. Viiiiiiixxxe!!! As nega são gostosa pácaralhooooooo! Tem loira, morena, rabuda, peituda... Só tem “ÃO”: bundão, pernão, coxão, peitão, cabelão...Se o produto não for gato por lebre, tudo indica que as partes mais cavernosas completam a rima. Pois é, Minas é famosa por ser um lugar que concentra a maior quantidade de gente bonita por metro quadrado. Isso Eu já sabia, mas era preciso passar pelo controle de qualidade.

Para minha surpresa, o tal do minerin na era nada quetin. Pra onde Eu olhava, era só flash! Claro que tinha um ou outro bôco-môco (traduzindo: um minino jegue, cafuçú), mas, a maioria, aff Maria!!! Foi aí também que percebi que mané existe em todo lugar do país. Quando entrei no bate-estaca, já conformada com o baixo movimento da night, por causa das minhas másculas companhias, foi que comecei a ouvir as coisas originais de sempre: “E aê, linda!”, “Oi, tchudo bom!”, “Princesa”. (PRINCESA?!!! PUTA que PARIU!) Bem, mas não tinha tempo pra pensar nisso. Eu tinha que ver meu medidor de fexação e... Minino!!! Como sempre... AR-RRRAAAA-SEI!!! Quando olhei prum lado...“flash!”. Olhei pro outro...só glamour!! “Porra, tô bein pá caraaaaí, aê!”. Longe de qualquer intenção libidinosa e pecadora, (sou uma pessoa pura e imaculada) preferia me divertir com os meninos e só tirar onda deles. Óbvio! Homem sempre gosta de contar vantagem e, no final, é um Zeeeero-a-zeeeero do caraí.

Porém, entretanto, contudo, todavia...quando Eu menos esperava, numa fração de segundos, quando viro o rosto...NÚ! Dou de cara com 1,90m de galego. Aí Eu estilei. Quase peço arrêgo. Tinha que ser logo uma galegão. Mermo assim, como uma boa menina, fiquei só sacando: “Já sei como é. Vai ficar nesse couro de pica a noite toda. No final, quando ele tiver bêbado, fedorento e vier falar comigo, Eu dou um fora”. (Só que você esqueceu um detalhe importante, amooorrr: você não estava em Recife. Você estava em um quase seriado americano, à lá “One Tree Hill – Lances da Vida”. Aquele é que é um mundo abençoado. Uiuiui!) E não demorou muito pra constatar isso. Não deu 5 min, quando olhei de volta...o pexte já tava do meu lado perguntando meu nome. (Rapá, gostei desse povo de BH. É uma providêêência). E ai? O que faço agora? Putz! Era só pra ficar no zero-a-zero! (Que nada mirmã. Deixa de quejo e agarra o bofe. Qualquer coisa, inventa uma dor de barriga e lavra!). Pois é, até tentei conversar, quando vi...tava sendo engolida pelo mostro loiro. O 1,90 de galego parecia que tinha uma boca maior que minha cabeça. NÓ! Fiquei com medo. (HUM!!! Ai que mêda). Cada vez que ele abria a boca, juro, era uma Ave Maria que Eu rezava.

Sabe quando você tá aprendendo a beijar e todo mundo diz pra você pôr uma pedra de gelo dentro de uma xícara com água e tentar pegar o gelo com a língua? Pronto! A diferença é que não era gelado. Na verdade, quando não se conhece a figura, é muito complicado se sentir tão à vontade. Geralmente, depois do primeiro beijo, acaba o encanto. A não ser que ele seja muuuito bem humorado, inteligente, gentil, gostoso, bonito, cheiroso e sensual pra render a noite toda. (Sendo assim, ele era gay). Só não rezei o rosário todo porque os meninos me ajudaram a fugir. E aí foi que começou a putaria. (Aviso: alta periculosidade).

A merda era que a boate era um ovo e, aí, ele sempre me achava. Eu juro, pessoas, que Eu queria ser honesta, mas...Eu era um homem vestido de mulher, afinal. Logo eu sou tinha duas saídas: fugir, ou dizer coisas do tipo “Acho melhor a gente não ficar mais porque sou um cara problemático”, “O problema não é você, sou Eu!”. Se Eu assumisse a minha personalidade papolesca, seria o fim: “Bora boy, pega o beco que Eu não quero dá pá tu não. Booooora, mô véi! ARRUDÊA!”. Então, qual a melhor solução? Fugir!!!

O mais engraçado é que eu achei uma figurinha de BH que Eu tinha amizade havia alguns meses. Não é que achei a tal figura na tal boate em uma de nossas tais fugidas? Nossssssaaaaaaaaa!!! Ainda bem que voltei a me fantasiar de mulé. O bofe tinha 1,80 de altura e duas coisas fundamentais, além da inteligência: costas largas e pernas grossas. Uhuuuuuuuu!!! Eita macho gostoso do CA-RA-ÍÍÍ! Nessas horas é que Eu adoro o destino, Deus, casualidades, sei lá.
Sabe que certas coisas na vida que não dá pra explicar? Foi o beijo da figura. (Roupa confortável: R$ 80; sandálias pernambucanas de couro legítimo: R$ 40; Pisa no cabelo: R$ 100; Perfume pega otário: não sei que foi presente; beijar um macho gostoso e se sentir nas nuvens: aaahhh isso, definitivamente, não tem preço). Ele tinha um humor à lá seu Lunga, mas era divertido. A química foi instantânea. Nossos lábios se encontraram num desesperado e doce beijo com gosto de vodka. E numa paixão avassaladora (PÓ PÁRA! Pra mim, Eu tô num romance de Julia e Bianca) Destruidora de sonhos! Enfim, a química rolou de tal forma que a ação foi conjunta. Foi a primeira vez que não quis que Papola fosse realmente embora. Como a historinha da Cinderela, a minha também acabou com o fim da noite. A diferença é que a gata borralheira termina com o príncipe. No meu caso, príncipe não existe e o sapatinho, que era para ser de cristal, era de couro. Então...cabou-se quera doce. (A vida é feito rapadura, minha filha: é doce, mas é dura).

Infelizmente, diferente de muitas historinhas de conto de fadas, não acabamos juntos, por uma opção de ambos. Por medo? Não sei e nem quero pensar nisso. Somos bons amigos. Mas, confesso que nunca esquecerei o beijo mágico com gosto de vodka. Talvez, ter vivido essa sensação, tenha sido mais prazerosa que tê-lo comigo a viagem toda. Nem outro beijo nosso teve o mesmo sabor. Então, quem me garante que seria tão bom quanto aquele beijo foi. Para mim, foi quase que sentir a alma sair pelo corpo numa sinergia singular. Agora, “Voltei Recife” e nada melhor que “Vivi la vida loca” acompanhada de BB King e de Maria da Cruz!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Agora é a vez de Homero!


O bom de passar uma festa tradicional em outra cidade é que sempre há rituais e costumes novos para se conhecer. Em Outro Preto, na época da Semana Santa, a prefeitura interdita algumas ruas e distribui pó de serra colorida nas casas para que a população monte uns tapetes ao longo do percurso que a procissão passará na manhã seguinte. Ou seja, o que levou horas para ser construído, leva segundos para ser arrasado pela batina. O lance é tão sério que há famílias que passam horas, até o amanhecer, montando os tapetes. Alguns são verdadeiras obras de arte.
Como uma boa turista, ajudei a família de Cabeção, que é de Outro Preto, a montar o tapete e depois fui perambular pelas ladeiras da cidade para tirar fotos do povo montando o negócio. Logo no começo da descida, avisto uma mulher segurando uma sombrinha e vestida a là século 18. Então, vou Eu, toda animada, dá a pinta de turista.
- Moça, será que senhora poderia tira uma foto comigo? – minha falsa meiga voz, desta vez, não convenceu. Em fração de segundos, a tal mulher virou e, com gostchú, disse:
- Você só quer a foto? Não quer saber porque estou vestida assim? Por acaso, você é mais uma brasileira desaculturada?
NÚ! (vestido, semi-pelado....) PÔTA QUE LOS PARIÓ! Nem Balsec, um delicado amigo de Cabeça, que é a cara do Wagner Moura, consegue ser tão delicado como ela. Depois de um fora HOMÉRICO desses, Eu deveria dá o lavra. Como vocês sabem...tabacuda, que só Eu, comecei a rir e perguntei:
- Comé, minina?! (Ah, não bastava levar o fora na frente de todo mundo. Ela tinha que repetir que é pra marcar mermo!). Resolvi atender à tão gentil senhora e perguntei porque ela tava vestida daquele jeito.
O melhor foi olhar para Beba-Leite e vê-lo com a maior cara “Amiga, tem jeito naum. Todo mundo viu o mega fora que você levou. Vamo nessa, por favor!” Isso é que é amigo. Está sempre por perto nos piores momentos para dar um apoio moral. O bichinho ainda fez o esforço de ir até mim e colocou a mão no meu ombro. O quase biquinho de “Pelamordedeus, vamo embora!”, não conseguiu me convencer. (Eh! Definitivamente, ela tem fetiche por foras).
Como boa jornalista, comecei a entrevistar a moça. Ela é bailarina e, nas horas vagas, se veste assim e passeia por Outro Preto e Rio de Janeiro. Sua preocupação, segundo ela, é a preservação da história do país (e quase jurou de pés juntos pela mãe, que era só por isso. AAAAaaah, então, como uma brasileira, consciente e ACULTURADA, vou colocar meus peitinhos pra fora e usar uma tanguinha para preservar a cultura indígena tão importante e esquecida da nossa história, não é amoooorrr!!!).
A intenção dela é tão pura que nunca buscou apoio junto às prefeituras, nem nunca se preocupou em elaborar ou sugerir um projeto de revitalização ou preservação cultural mineira. Ela, simplesmente, disse que nunca procurou porque, há anos, ela sai (feito uma doida) pela cidade e ninguém nunca a procurou (só pra tirar fotos - hehehe).
- Você precisa conhecer minha casa. Tudo é do século 18. Os móveis, até a capela que tenho em casa. Essas roupas...tenho uma costureira que faz. Eu desenho os modelos (que, sinceramente, tá mais pra baiana de desfile de escola de samba que pra sinhá). A rede globo acabou de gravar uma minissérie comigo. Já dei entrevista para jornais e participei de novelas. (Sorte da mãe dela, por ela não ter jurado)
Depois que saciei a minha curiosidade e de ter que olhar, pela segunda vez, a cara deprimida de Leitoso, resolvi terminar o assunto:
– E aí, posso tirar uma foto, agora? (sua rapariga de cego, fêla da puta &%$#@*)
- Claro, bein! – (Bein é o meu @#$ na tua %&*, miserávi). Mas não poderia sair com aquele fora entalado. Depois da foto, senti, dentro do meu Eu, surgir um fogo (Ôpa! Vai me dizer que tu cumeu a baranga?) e... - Me diz aí, porque você me tratou com tanta ignorância? Não precisava daquela agressividade toda. Você aculturada assim, deve saber que geralmente são turistas que te abordam. Você poderia discutir a história, já que esse é seu objetivo, de uma maneira mais delicada e doce (Feito RAPADURA, só se for).
Ela me pediu desculpa com um sorriso amarelo e Eu fui mimbora curtir o resto da night, que ainda reservava surpresas.
“Melhor uma foto na mão que um fora entalado”

domingo, 13 de abril de 2008

“Se não tem mar, vamo prum bar!”




“Ó Minas Gerais! Ó Minas Gerais! Quem te conhece prefere o nordeste. Ó Minas Gerais!” – a primeira vez que Eu ouvi este refrão foi no 49º Congresso da Une, que aconteceu em Goiânia, em 2005. Nunca entendi o porquê da paródia, já que a impressão que Eu tinha de Minas era a melhor possível. Principalmente, pelos lindos estudantes que via circulando pelos alojamentos, no compus da Universidade Católica de Goiás. Ê trem baum, sôh!
No último dia 18 de março, comecei a desvendar o mistério e cometi mais uma das loucuras papolesca da minha vida: arrumei as malas e fui para Belo Horizonte. Depois que desci no aeroporto de Confins, tive a certeza que a lombra seria das boas, uai! Após 4 horas de viagem, graças a infeliz conexão no Galeão (RJ), apreciar as lindas paisagens montanhosas, curvilíneas e falantes compensa (e muuuito) a espera.
Antes que vocês pensem que sou uma psicopata sexual, deixa explicar qual a finalidade da viagem. O ano passado, como muitos sabem, a loucura papolesca da vez foi a viagem a Petrolina. O objetivo era fazer uma reportagem sobre o desperdício de água na agricultura irrigada e a falta para abastecimento humano, o que deu muito pano para falar sobre o Rio São Francisco. Aaaahhh, para os desinformados, a reportagem ganhou o primeiro lugar no concurso Desafio das Águas, promovido pela Secretaria de Recursos Hídricos, Compesa e Sindicato dos Jornalistas. Tinha que fazer a propaganda, né! Claaarooo! Pra vê se compensa o meu investimento e o de Marcio, parceiro de reportagem, já que a faculdade não investiu nada. Então, como o Rio das Velhas, localizado em Minas Gerais, é o principal afluente do Rio São Francisco e a minha intenção é dar prosseguimento a edição especial Águas do São Francisco do Jornal Laboratório CONECTADO, a viagem foi inevitável. Porém, companheiros, Eu estava trabalhando, não morto, né verdade? Voltando...
Belo Horizonte é como uma Recife do sudeste, só que sem tantos rios cortando a cidade e sem as praias. Além de que, surpreendentemente, nós temos um ritmo bem mais acelerado, a cidade é plana e não chove granizo aos 26 graus de temperatura. Ah, BH consegue ter um sistema de transporte, por incrível que pareça, pior que o de Recife. PASMEM! Outra curiosidade, as chuvas lá são anunciadas pelos trovões e relâmpagos. Pense que fiquei com o butico na mão. Eu me senti com 10 anos de idade. O que me espantou não foi o toró, só a zoada da chuva, que mais parecia um prédio desabando por causa dos granizos. Me senti naquele filme Jumanji, mas sem os elefantes e os dados.
Embora o custo de vida em BH seja muito parecido com o de Recife, só na Veneza Brasileira liso se dá bem. Com 5 ou 10 conto, você toma uma com os amigos, curte uma boa música na rua da moeda e ainda aprecia a beleza histórica do Recife Antigo. Em BH, você paga um pouco mais caro, em compensaçããão... amigooo... as cachaças são das melhores do país, em toda esquina tem um bar (que não é uma espelunca a lá Garagem) e você ainda desfruta de interessantes companhias. Nóssa senhora, baum demais!

Ah, aconselho a quem tem problema de escoliose, a nunca viajar pra Belo Horizonte. A cidade é toda construída em subidas e descidas, feito o sítio histórico de Olinda, com a diferença que as ruas são mais largas e asfaltadas. Se a lenda de “subir e descer ladeira engrossa as pernas” fosse verdade...huuummm!!! Eu tava com cada lapa de perna, “bein!”. Ia fechar o trânsito! E seguindo esse raciocínio, é melhor andar em BH plantando bananeira que pagar um implante de silicone nas mamas. Eita que Eu vou logo me preparar.

O que me deixou passsaaada no sistema de transporte é que o metrô não leva a lugar algum e os ônibus demoram um século pra passar. Alguns nem circulam dia de domingo. Mesmo assim, Eu tinha prazzzeeerrr em andar de busú. Definitivamente, se Eu morasse em BH, só andaria de ônibus. Além de não ser ensebado (como por exemplo, o nosso “querido” PE-15/Afogados), você já começa o dia com uma enxurrada de colírios para os olhos. Aff! Eita, povo bunito da pexte, rapai! Aaah, não é! Eu, fechante toda, tinha que deixar minha marca registrada na cidade e, então, pagar um mico bááásico, se não, Eu não teria passado por Belo Horizonte.
No meu último dia em BH, depois da sétima cachaçada e bolinhos de bacalhau, “PÔTA KIU PARIU!”, Eu tinha que acordar de ressaca. Enfim, quando tava indo para a Copasa (a Compesa de lá), não pude conter mais o balanço do ônibus e...e...e... RAÚÚÚL!!! Vomitei o “caldo verde” que tinha tomado no dia anterior. De fato existe um caldo verde que é um tipo de sopa de legumes com lingüiça, típico de Minas. Ainda bem que os óculos escuros de hoje em dia são maiores que a cara dagente e esse efeito “besouro” foi minha salvação porque deu pra me esconder. Minino, parecia que ninguém tava me vendo. Até nisso, a gente tem que manter a chiqueza e a classe, racha!!! Perder a pose “jamais” (jamé!). Aaahhh!!! E claro que Eu desci do busú com a cara mais LLL (limpa, linda e loira) que Deus me deu. Meu consolo: se já fiz isso em Recife, porque não ia fazer em Belo Horizonte? Mar minino! Isso só mostra que BH está dentro do meu Eu. Assim como o mito de que quem se banha nas águas do São Francisco um dia retorna a ela, Eu formulei o mito de que quem vomita em Belo Horizonte um dia voltará a vomitar. (Bom, se vai ser em BH, Eu não sei, mas que vai vomitar...Ah vai!) Mas sabem que é o culpado disso? Isqueiro e Ivanoe! Seus filhos da puta! Foram logo me apresentar a Maria da Cruz! Mas, se um dia você for pra Minas e não tomar uma lapadinha (pra não dizer porrada) de Maria da Cruz...você não foi pra Minas! Calma. Maria da Cruz é uma cachaça de barril de carvalho, animal. Já tava pensando coisas produtivas, né? Hurum!!! Dhilícia!
Bem, na semana santa, fui liiinda e escovada pra Ouro Preto. Ô cidade gostosa. Clima mais frio que BH. Com suas ladeiras e ladrilhos, lembra muito Olinda. A cidade de Mariana, vizinha a Ouro Preto, também. O curioso são as repúblicas. Coisa de novela da Globo mesmo. Enquanto nós temos as casas de estudantes, eles têm as repúblicas, que são tradicionais e com regras próprias de admissão e administradas pelos veteranos. Mas, as peripécias de Ouro Preto é pauta pra outra conversa...FUI!!!

PS: Quero agradecer a Talles e família que me receberam no meu primeiro dia em Petrolina para fazer a reportagem e nos acompanharam em algumas visitas às comunidades. Ah, também quero deixar registrado aqui o agradecimento a Tássio e ao Budista, vulgo Rafael Barreira, que me acompanhou a uma das mais importantes visitas da viagem a Petrolina: as vitivinículas. Bate! Bundinhaaaa!!!!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Sou Mais Você!


Pois é, camaradas, semana passada falei um pouco dos inúmeros estresses que vivemos por causa da nossa acomodada vida cibernética. Mas, pensando direitinho, seria muita injustiça não falar também dos benefícios que a vida digital nos proporciona.
O homem é, de fato, um ser impressionante. No mundo capitalista, como é sabido, todo mundo explora todo mundo até a última gota se o Mané permitir. Seguindo este raciocínio, além das funções de edição de texto e de navegação na internet, o computador e seus super hiper desenvolvidos softwares, que a cada semana surge o de última geração do de última geração da semana passada, acaba assumindo “n” funções. Pois bem, além de editar textos e navegar na net, o computador acaba sendo, por alguns minutos (que com o tempo se transformarão em horas), uma poderosa babá, por exemplo. (É de fato impressionante. O pai, filho da puta, para não reclamar com o filho, dá um brinquedinho eletrônico prele se distrair.) Pois é, um filho da puta, mas impressionante. Voltemos...
As cores do papel de parede da área de trabalho e os coloridos das páginas da internet conseguem por uma mágica (BUM!) calar a boca do guri chorão que queria tirar daquela receita maravilhosa de frango ao molho de maracujá com limão e leite de soja que Ana Maria Braga estava prestes a começar. (Porra Mais Você?! Estilei! Na moral, tinha que ser um programa da Globo, caraí?!) É a GLOBALIZAÇÃO!
Vamos então, ao texto do dia. (Pronto, foi só dá a idéia!) Para você, dona de casa, que acordou angustiada e começou o dia pensando: “Meu Deus porque meu marido não tem um pinto grande e gostoso? Por que eu tenho celulites na bunda e os peitos flácidos?”. Tem um ditado chinês que diz assim: ou você afunda com a crise ou cresce com ela. Muitas vezes, procuramos respostas para as nossas perguntas e, na aflição, esquecemos de dizer às pessoas o quanto as amamos. Levar uma gaia é só uma forma de pensar negativo sobre a vida. É pensando positivo que conseguimos evoluir o espírito. Então, ao acordar, não reclame porque está frio e chovendo. Contemple a natureza e as coisas boas que Deus nos dá! Olhe pro seu barrigudo e fedorento marido que roncou a noite inteira e não te deixou dormir. Olhe–o, com o coração. Admire os peitinhos de gordura. E, quando ele acordar, diga, olhando nos olhos, o quanto você o ama. Esqueça todas as cachaças que ele tomou, as incontáveis vezes que ele brochou, as raparigas que ele come pelo caminho de volta do trabalho para casa. O importante é que a humanidade ame. Só com amor podemos mudar o mundo. Pense nisso. Reflita! Encha seu dia de amor. Pode fazer a diferença. Bom dia! Acorda minina!!!
(Ah é? Então vamos a minha versão - Vamos então ao texto do dia. Para você que, não estudou e resolveu ser uma dona de casa sustentada pelo marido, acordou angustiada porque não faz nada da vida e começou o dia pensando: “Meu Deus porque meu marido não tem um pinto grande e gostoso? Por que eu tenho celulites na bunda e peitos flácidos?”. Tem um ditado de um grande filósofo brasileiro que diz assim: “Me perdoem as feias, mas beleza é fundamental”. Muitas vezes, procuramos respostas para as nossas perguntas e, na aflição, esquecemos de nos olhar no espelho e ver o quanto somos mocréias. Então, deixa de ser otária e pega o dinheiro do teu marido turbina os peitos e espicha os tuins. Aprende uma coisa: gaia, minha filha, só é bom pra quem bota. É pensando que ele é um filho da puta gordo e fedorento que conseguimos malhar, evoluir e agarrar um macho lindo e gostoso. Então, ao acordar, não reclame porque está chovendo e frio. Simplesmente, vá fazer um Cooper. Coloque aquela calça colada eu-tenho-bunda e uma camisa branca de eu-tenho-peito. Se tiver o alvo, melhor ainda. Aproveite que você tá véa, mas num tá morta, e vá simbora gozar muuuito. Contemple os prazeres musculosos da vida. Caso você volte pra casa com um peso na consciência, é só dá uma passadinha no quarto e lembrar que não conseguiu dormir porque o ser asqueroso, que ainda insiste de chamar de marido, chegou da raparigagem e roncou a noite toda. Mas, lembre-se, é preciso armar as pessoas. Então, quando ele acordar, olhe para a caixinha de jóias em cima do penteador e diga, olhando pro colar de pérolas atrás dele, o quanto você ama. Assim você esquece todas as cachaças que ele tomou, as incontáveis vezes que ele brochou, as raparigas que ele comeu pelo caminho de volta do trabalho para casa. Não esqueça de agradecer, e aí de coração, pelo corpo sarado que você tem, pela pele limpa e brilhante e pelo prazer na vida que o dinheiro dele te proporciona. Pois quem mais te deu tanto “amor” para você mudar radicalmente a sua vida? O importante é que a humanidade ame. Só com amor podemos fazer filhos e exigir pensões. Pense nisso. Reflita! Antes um pássaro na mão que dois voando. Então apague o nome dos bofes do seu celular. Encha seu dia de amor. Pode fazer a diferença. E com certeza faz. Pra você! O resto... que se lasque! Bom dia! Acorda minina!!!!
Eh, pra quem ia falar de computadores...terminar em Ana Maria Braga...é a decadência dos intelectuais! (Ou ascensão, tudo depende da ótica!)

PS: Galera, já to em Minas, em breve, aguarde as Pérolas. Se deus quiser. Ô Glória!!!

Computadores, quem precisa deles?!?!


Há anos atrás (que não são tantos assim), quem sabia datilografar era “o cara” de qualquer empresa ou repartição. Numa época em que datilografar é digitar, você é vc, telefone é a mais nova geringonça do brechó e quem não sabe editar em Word é analfabeto, saber navegar na internet é quase um meio de sobrevivência.
Catapora, sarampo, caxumba, caganera, asma e gripe já não são mais doenças de crianças. Assim como, boneca, carrinho e peão não estão na lista dos entretenimentos favoritos. Criança hoje sofre de depressão, ansiedade e de hiperatividade. As velhas brincadeiras de roda, que ainda fizeram parte do meu remoto passado (isso já não te pertence maaais!!!), foram substituídas pelas visitas ao psicólogo, pelos vídeo games, pen drives, MP3’s e, principalmente, pelo Orkut e MSN. O pirraia já nasce programado!
O bom da tecnologia é que com um clique do mouse podemos fazer a feira de casa e pagar as contas. A internet também é educadora. Claro! Num instante aprendemos a ser gente. Quer saber quando? Experimenta ir ao banco, em pleno dia 30, para pagar a conta que, habitualmente, é paga pela net. Você começa a ver como o povo é mal educado e como um simples “licença!” faz diferença. Isso porque: primeiro, que não há sinalização informando nada no banco; segundo, sempre tem um profissional incompetente livre e é, justamente, com ele que você tenta tirar as dúvidas; e, terceiro, você terá que enfrentar uma fila durante longos e intermináveis 15 minutos.
ÉÉÉhhh!!! Ficamos tão acostumados à agilidade da internet que não temos saco quando o site está “em construção”, nem quando ela está lenta. E quando a conexão é via linha telefônica? Internet discada não é internet e deveria ser proibida pelo Ministério da Saúde. Não é coincidência que nos últimos anos tenha aumentado o número de pessoas que sofrem com pressão alta e dores de cabeça. Quem é obrigado a trabalhar com esse tipo de internet deveria receber uma gratificação por insalubridade. Computador lento e burro, em pleno século 21? É inadmissível e deveria ser incinerado: é arquivo morto! A situação é tão séria que piramos quando o computador resolve pifar. E isso só acontece quando estamos concluindo uma monografia ou quando estamos para salvar um arquivo importantíssimo que precisamos para o dia seguinte. Por outro lado, as desculpas “meu computador pifou” e “mas eu mandei por e-mail, não chegou?”, também servem quando não cumprimos com os prazos.
Pois é, camaradas. O computador é uma droga das pesadas, é feito a paixão. Quando você está com ele, fica louco a fim de se livrar. Mas, quando está livre, começa a ter fortes crises de abstinência, é quando você retorna a vida cibernética. A população não é mais economicamente ativa. A vida não é mais sexualmente ativa. (“Se você tem problemas de ereção ou de ejaculação precoce, procure o Medical... – kkk! Essa veio sem querer) Agora somos ciberneticamente ativos. E haja punheta, hein!
Pior que ter que bater uma punheta é colar a revista. Ter vontade de dar um murro no monitor, de jogar a CPU no chão e até conversar, amigavelmente, com a máquina como se ela pudesse entender, é, absolutamente, normal. A baixaria e as crises nervosas, na frente da tela do computador, não são NUNCA sinônimos de estresse. Esta é mais uma oportunidade de extravasarmos o ódio mortal a um inimigo. Não é saudável retrair e guardar sentimentos. Deixemos de conversa e vamos a um dos acausos da minha vida ainda (ou quase) real.
Após o encerramento do ano de 2007, logo em janeiro, Papola começou a se sentir muuuito inquieta. Mas era uma inquietação filha da puta que me deixa pior que barata tonta. Ela surge das profundezas do meu eu muuuiiito interior e não se aqueta facilmente. Dialoguei diversas vezes para entender porque Papola tava tão impaciente e com as altas taxas de adrenalina. Foi quando Cabeção, um amigo minerin, em uma das várias conversas do MSN, me chamou para conhecer Minas Gerais. Foi quando me veio o estalo! mmmiiinnnaaasss... mmmiiinnnaaasss... mmmiiinnnaaasss... mmmiiinnnaaasss... MINAS!!! Era isso! Eu tava precisando produzir algo de fato importante para a humanidade e Minas Gerais seria o lugar ideal. Daria continuidade ao trabalho sobre meio ambiente que iniciei o ano passado sobre o Rio São Francisco, em Petrolina.
Foi aí que o mundo começou a conspirar. A GOL e a TAM fizeram uma promoção de passagens. Depois de uma expedição homérica e várias tentativas de reservar a porcaria da passagem, quando, enfim, consigo, na hora de pagar...a internet dá pau! PUTA QUE LOS PARIÓ! (Soy tchique bein! Ai ai ai ai ai! Arriba, muchacha!) Tava fácil demais. Não bastava ser de madrugada, não bastava a net não ser discada, não bastava eu ter conseguido fazer a reserva, a merda da internet tinha que dá problema. O inferno prosseguiu durante duas semanas consecutivas. A adrenalina era tanta que eu e Papola estávamos pior que Hillary Cliton e Barack Obama em época de prévias. Parecia que o coração ia sair pela boca. Até que eu consegui confirmar a compra.
Paralelamente a este estresse, o mundo continuava a me perturbar. Ao atravessar a rua, olho pros dois lados e, não sei porquê, ao invés de olhar para o horizonte, meus olhos vão diretinho para a placa “Belo Horizonte - MG” de um Fox preto que estava parado no sinal. Agora me responda: o que diabos um carro de MG vem fazer aqui em Recife? Na TV, é praxe. Sempre têm notícias sobre BH e até sobre Ribeirão das Neves saiu semana passada. Esta é a cidade que me inscrevi para a prova do INSS. O caso mais invocado foi numa cinco horas da manhã de um dia qualquer.
Estava, Eu, assistindo o telecurso 2000 (ooOOOhhhh!). A aula era de como preencher um cheque. De todos os blá-blá-blás, a única coisa que me chamou atenção foi o nome da cliente e a cidade que estavam escritos no cheque: Angélica Santiago e Barbacena. A ironia? O nome de Cabeção, meu amigo minerin, é Cabeça Santiago e a família dele é de...adivinha? Barbacena! Putz, depois dessa só pude concluir que está no meu destino esta viagem. Tenho uma missão muito importante a cumprir e comprimir. Vou salvar o mundo e entrar para calçada da fama. Ô Glória!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O busão!


Os ambientes públicos são, sem dúvida, os melhores lugares para análise do comportamento humano. Supermercados, shows, bancos e, principalmente, os ônibus são perfeitos para estudar os fenômenos sociais. E por falar em ônibus... Um dos piores serviços públicos oferecidos à população é o de transporte. Você paga caro pela passagem. Espera 350 bilhões de horas pelo veículo. Lembrando que a espera é, na maioria das linhas, proporcional a lotação: quanto mais demorado, mais lotado. Além disso, o usuário ainda tem que ouvir desaforo do cobrador quando ele não tem troco.
De acordo com a lei (não sei lá das quantas) o troco é obrigatório para cédulas de até R$ 10. Então, se o cobrador não o tiver, logo não deve permitir que o usuário rode a catraca para que possa devolver o dinheiro sem que acarrete em prejuízos a ninguém. Pois bem, vamos aos casos da vida real. Ou melhor, da MINHA vida real.
Certo dia, voltando do estágio, discuti com a cobradora porque ela, toda estressadinha, me deixou passar pela catraca para depois dizer que não tinha o bendito troco. O ônibus, pra variar, estava cheio e Eu fiquei quem nem cachorro guardando osso para não esquecer do restante do dinheiro na hora de descer. E aí estava o problema. Percebendo sua agonia, comuniquei a dita cuja que a parada (conhecida também por “ponto de ônibus”) seguinte era a do meu destino. Com a maior cara de “cheia de direito”, ela disse que ainda não tinha meu troco. Já comecei a me chatear, mas mantive a pose. Então, já que não havia como resolver a situação, sugeri que ela devolvesse o dinheiro. Muitos passageiros também estavam na minha merma situação, ela teve a ousadia de dizer que Eu não deveria ter rodado a catraca. Né foda? (Não, definitivamente, não é) - E eu vou adivinhar minha senhora? A cédula é de R$ 10, você tem obrigação de me dá o troco. Se você sabia que tava com dificuldade porque pegou o dinheiro e me deixou rodar a catraca? Então, ou você me dá a cédula ou você troca o dinheiro porque vou descer na próxima parada! Ela ficou bufando. Todo mundo do ônibus olhando e Eu, lá, me tremendo de vergonha, mas firme e forte. Num instante, ela arrumou o troco e Eu pude descer, altamente contrariada, lóóógico! É muito desaforo! É por isso que o Brasil não vai pra frente. O desrespeito é graaande!!! Voltando ao busão...
Outra característica marcante do serviço de transporte público é a demora de algumas linhas que se tornaram, com o tempo, verdadeiras lendas. Quem nunca precisou pegar a linha Rio Doce/CDU? O ônibus demora a passar e, quando passa,...putz! É gente viu! Cheio de estudantes que vêm da Cidade Universitária e parece que todos moram em Rio Doce porque o busão não esvazia no decorrer do percurso.
O ano passado, na época em que estava no processo de aulas e prova teóricas da carteira de habilitação, tive que pegar a fatídica linha durante uma semana. Depois de três exaustivas horas de aulas sobre leis de trânsito, motocicletas e mecânica, eis o momento crucial da volta para casa. Até que o busú não demorou e, pela hora, achei que viria relativamente vazio. DOCE ILUSÂO!
Assim que entrei no GOL (Grande Ônibus Lotado), chega bateu o desânimo quando vi aquele corredor quase polonês. Afinal, você acaba levando pisada e cotovelada de graça na cabeça ao passar pelas duas fileiras que se formam ao lado das cadeiras do veículo. Mais parece vingança dos outros passageiros por você ter cometido o infortúnio de ter entrado no busão lotado. Desta vez, porém, saí no lucro. Fui pro fundão, lugar mais vazio, por incrível que pareça, porque todo mundo se concentra na frente ou no meio do corredor. Como as duas filas, tanto ao lado das cadeiras da direita, como as da esquerda, estavam cheias, não tive escolha senão formar uma terceira fila no meio das duas. Pasmem, mas esta foi a minha salvação!
À minha frente, tinha uma linda garotinha de cabelos castanhos e lisos. Ao meu lado direito, um velho alto, que estava segurando o corrimão acima de sua cabeça para não cair. A merda era que tinha, atrás de mim (ops! Olha a putaria hein!), um grupo de tabacudos. Acho que eram calouros, numa faixa etária entre 17 e 19 anos. Nunca vi alguém falar muita, mas muuuita merda, chamando a atenção dos passageiros. Qual a minha sorte?
Embora donzelos, um dos guris era gostosinho e estava com sua fofa bunda colada na minha. Assim, nas curvas que o ônibus fazia, a bunda soft do pirralho amortecia a minha, tornando confortável o chacoalhar do ônibus. Se as bundas tivessem bocas, as nossas, com certeza, estariam nos maiores chupões, tamanho o imprensado.
Já a linda e cheirosa garotinha à minha frente, tinha grandes air bags para a absorção do meu impacto frontal. Nessa hora, Eu também aproveitava pra dá uma profunda inspirada naquele cabelo cheiroso. Para os psicopatas de plantão, que costumam se aproveitar das moças indefesas para dar aquela velha fungada, posso garantir que fiz por uma questão de sobrevivência. Deixa Eu molhar o bico. O velho ao meu lado tava com uma catinga de suvaco que ninguém merece. Pense num cheiro de cassaco! Aff Maria! Ainda bem que ele tava do meu lado: qualquer coisa é só olhar para frente, onde a guria estava.
Tabacuda que só Eu, não consegui conter as gargalhadas com tal situação. Mesmo naquele inferno, consegui me sentir confortável e me aproveitava messsmo dos air-bags traseiros do muleque e do cheiro do cabelo da doidinha. É coisa de louco. Pode parecer, mas é questão de sobrevivência messsmo, camaradas. O interessante era a cara das pessoas. Enquanto todos estavam putos e agoniados com a lotação, Eu ria que chorava. Pois é, pimenta no cu dos outros, definitivamente, é refresco!
Um outro incidente interessante que presenciei em ônibus foi a conversa de duas empregadas domésticas na linha Aeroporto/Afogados. Aí é bronca! Geralmente os ônibus do SEI só dá mundiça e aí já viu, né? A catinga sobe e é tudo encebado. O corrimão, as cadeiras... Vixe! Naquele dia, achei o máximo as duas falando sobre a vida delas e dos patrões. (Cuidado que tem empregada em casa. Podem ser gente de bem, mas, vacilou, tá registrado.) O que me chamou mais atenção foi a humildade. Enquanto nós estamos preocupados em estudar e nunca estamos satisfeitos, querendo sempre mais, elas se contentam com o salário que têm e se sentem super realizadas com a função de caixa de um supermercado, por exemplo. Não estou desvalorizando o trabalho, mas nós, que temos muito diante da massa, nunca nos sentimos plenos. Claro que são culturas diferentes e formações diferentes, mas o fato é que se sentem realizadas com o pouco que têm, mas este é um papo para outra conversa.
O interessante do ônibus, é que todo mundo é obrigado a tolerar o outro pelos minutos ou horas que permanecer encubado. Sejam as conversas idiotas, sejam as conversas de comadres, seja a cantiga de cassaco, o fato é que, ou você atura, ou não se locomove. Então, por favor, toda vez que sair de casa, tome banho, lave bem os cabelos e ponha um bom perfume. Qualquer coisa, mude a marca do desodorante. O importante, amigos, é não ser homicida culposo.

PS: Por motivos gastrointestinais, popularmente conhecido como chicotinho, o Perolex sofreu problemas com a publicação na semana passada. Grata pela comprensão e muito menos pela zuação, seus fi da pexte!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Figuras do mundo escroto!


Eh camaradas, o mundo, definitivamente, é um poço de escrotices e tudo sempre se resume em uma coisa: sexo! Pode parecer muito pornográfico e apelativo mas, mais uma vez, filosofemos.

A roupa que você usa, provavelmente, te deixa ou com cara de anjo ou do diabo em pessoa. O perfume, mais doce ou sensual. O carro que você comprou chama a atenção das nêga que serão encontradas no bar. Enfim, para cada estilo, existe um adereço ou um cacoete que tem por intenção te deixar mais atraente para outra pessoa. Sorte quando conseguimos atender a todos os estilos (ou não. Quem disse que temos que ser o comedor?). A sociedade, o consumismo, a publicidade, a bunda de Juliana Paes disse. (Faz sentido!). Nos meus longos e puros momentos de profunda filosofia, juntamente com uma análise do objeto em questão, consegui definir alguns tipos básicos de indivíduos sociais. Também chamados de figuras, se classificam em cinco. Lembrando que algumas são quase que unanimidades, seja de preferência ou de desprezo. É importante salientar que há gosto (e desgosto) pra tudo nesse mundo. Vamos às classificações:

Agroboy / swingueiro – Sempre em bandos, estão sempre a procura da próxima caça e não saem da festa sem agarrar alguém, nem que seja o resto de festa. Adoram uma briga, momento em que exibem os quilos de músculos malhados durante meses. Além disso, acham que todas as mulheres são bestas e seres frágeis que não podem carregar uma sacola de pão. Geralmente, freqüentam shows de forró estilizado (ainda insistem em chamar de forró. Valei-me Luiz Gonzaga!) e juram que são bons dançarinos. Os lisos preferem os shows de tecno-brega (aff Maria!). Também são inconvenientes. Gostam de ligar o som do carro, rebaixado, até as alturas e saem dando cavalo-de-pau, o que chama atenção de todas as piriguetes que estão na rua. O lema é quantidade e não qualidade. Os swingueiros, além disso, adoram shows de axé, momento perfeito para mostrar o quanto sabem rebolar. FIGURINO: adoram usar botas e chapéus de couro. Os swingueiros, preferem roupas no estilo Cardinot: baby look com boné. Adoram dar uma de macho brabo, mandão de mulé e raparigueiro. OBS: Quer ver o macho perder a compostura? Deixa a mulé botar um pá de gaia. FRASE: Cão que ladra não morde.(Então, fala menos e trabalha mais!).

Colar de sementes – Muito popular nas capitais, esse é o tipo de cara que usa óculos de armação preta e colar de sementes, ou algum adereço de pena, palha, osso, sei lá. Alguns têm tatuagens, mas sabe lá deus porquê e também aderem ao estilo surfista maconheiro. Os cabelos são presos em rabo de cavalo ou por faixinhas, o que dá um ar de rebeldia. Gostam de ler e de assistir filmes alternativos, o que os tornam cult. FIGURINO: Roupas feitas de algodão cru e sandálias de couro. Tênis sujo ou jeans rasgado também estão dentro das possibilidades vestuárias. O dorme sujo é a sua subcategoria que, geralmente, anda de chinelo, com os cabelos em dreads. Infelizmente, fazem jus ao nome e não gostam muito de tomar banho. (Gente, é só para parecer, não para ser). A subcategoria ator de malhação é do tipo que recebe 500 conto de mesada dos pais e usa gírias. Se mostra rapaz consciente e politizado, mas não sabe pegar um ônibus ou sair de casa sem tomar uma coca-cola. Em compensação, pega muita burguesinha gostosinha. Esta subcategoria é uma das unanimidades. Uma característica marcante dos colar de sementes é a barba mal feita ou o estilo papai Noel fora de época. Se dizem mente aberta, mas quando são as mulé deles que se agarram com outros carinhas, a concepção de liberdade e relacionamento aberto vai todo por água abaixo. FRASE: Pimenta no cu dos outros é refresco, fera!

Mané – Mais conhecido em Pernambuco como donzelo, esta categoria não é muito difícil de qualificar, nem de reconhecer. Os caras são até inteligentes e conseguem desenvolver um bom papo, mas não sabem chegar na doida. Alguns gaguejam, outros tremem, só em pensar em se aproximar de alguma mulé. (Meu filho, desaflore!) Alguns são até românticos, mas têm um sério problema de falta de iniciativa. Prestenção, rapá! Ninguém gosta de sempre tomar a iniciativa. Num relacionamento, a atitude mostra que você está disposto a proteger a figura que está afim. Ah, mas não me venha com o papo que isso é coisa de mulher porque tem muito maXu por aí pedindo pras muleres fazerem cafuné. Todo mundo precisa se sentir protegido. Uma palavra, um gesto demonstra muita coisa. Claro que, se você for um cara enrolado...fudeu! Ops! Desculpem! Não fudeu! FIGURINO: É uma espécie difícil de descrever o figurino, já que, às vezes, a personalidade é tão volúvel que se vestem de acordo com o espírito da semana ou pessoa que admiram. Tentam sempre se aproximar mais dos tesudos colar de sementes ou dos desejáveis mauricinhos. CONSELHO: se você não é um cara desenrolado, não tente dar uma cantada, nem fazer piada porque, é óbvio, não vai dar certo. É melhor não mexer na merda pra ela não feder. Como reverter essa situação? Pare de ficar nos 5 contra 1 do banheiro e tome uma atitude, homi de Deus! Se precisar de terapia, não procure um psiquiatra. Vá prum putero! Você precisa de segurança, se sentir “macho macho man!” OBS: os nerds são casos patológicos da espécie. FRASE: Você é um homem ou um prato de papa, rapaiz!

Mauricinho: Espécie muito fácil de ser identificada, os mauricinhos têm a combinação dos sapatos com os cintos, geralmente na cor caramelo, como forte característica, além do gel no cabelo. São extremamente vaidosos e arrogantes. Se intitulam ecléticos, mas como o ecletismo, segundo uma amiga filósofa, é sinônimo de mediocridade... A maioria dos mauricinhos residem no bairro de Boa Viagem e têm a vida banca pela mesada dos pais. Não saem de casa sem o carro e adoram Mc Donald’s. Faculdade é um lazer diário e trabalho só se por hobby. FIGURINO: varia de acordo com o ambiente. Se vão para alguma programação à noite, preferem a combinação de calça e camiseta Mr. Kitsch. Ostentar o Cavalo Branco ou o Johnnie Walker na mesa da boate é fundamental para ser uma pessoa desejável. Na praia, é importante parecer colar de semente, já que é a espécie da moda. Para os lisos, um bom celular é importante para se ter uma vida social e sexual em dia. Além disso, malhação é a obrigação de todos os dias. Exercitar o cérebro, nem pensar, só quando tem tempo. FRASE: Beleza é fundamental, mas inteligência é afrodisíaco.

Lango – Uma categoria descoberta, recentemente, pelos especialistas, o lango pode ser um cara lindo, bonito ou presença. Com estilo e muito inteligente, ele consegue desenvolver conversas interessantes e tem excelentes gostos. O que o diferencia do donzelo é, justamente, suas atitudes. É um cara de boas piadas e comentários engraçados. Mas, porém, entretanto, contudo e todavia, o lango tem sempre um “Q” esquisito, seja na forma do olhar, na forma de andar ou o próprio físico. É uma espécie indefinida. Saiba como diagnosticar. Aquele ser que é próximo de um mané e de um colar de sementes, mas que não é nenhum dos dois, é um lango. Esta espécie ainda está sendo estudada pelo laboratório Perolexing, da Perolex Corporation S/A. FIGURINO: a predominância foi do estilo colar de sementes, contudo é possível encontrar no estilo mauricinho também. FRASE: Chuchu é fruta?

Caso você tenha se identificado com alguns desses estilos, só lamento. Qualquer semelhança com pessoas reais (pergunta: e o que são pessoas irreais? Você as vezes me surpreende!) é mera coincidência, então não adianta me processar e vá se tratar!

OBS: Gostaria de agradecer os inúmeros e-mails carinhosos recebidos sobre o último Perolex. Quero dizer que sua manifestação me faz ter a certeza que a carapuça te serviu e que Eu sou um gênio.