segunda-feira, 17 de março de 2008

Computadores, quem precisa deles?!?!


Há anos atrás (que não são tantos assim), quem sabia datilografar era “o cara” de qualquer empresa ou repartição. Numa época em que datilografar é digitar, você é vc, telefone é a mais nova geringonça do brechó e quem não sabe editar em Word é analfabeto, saber navegar na internet é quase um meio de sobrevivência.
Catapora, sarampo, caxumba, caganera, asma e gripe já não são mais doenças de crianças. Assim como, boneca, carrinho e peão não estão na lista dos entretenimentos favoritos. Criança hoje sofre de depressão, ansiedade e de hiperatividade. As velhas brincadeiras de roda, que ainda fizeram parte do meu remoto passado (isso já não te pertence maaais!!!), foram substituídas pelas visitas ao psicólogo, pelos vídeo games, pen drives, MP3’s e, principalmente, pelo Orkut e MSN. O pirraia já nasce programado!
O bom da tecnologia é que com um clique do mouse podemos fazer a feira de casa e pagar as contas. A internet também é educadora. Claro! Num instante aprendemos a ser gente. Quer saber quando? Experimenta ir ao banco, em pleno dia 30, para pagar a conta que, habitualmente, é paga pela net. Você começa a ver como o povo é mal educado e como um simples “licença!” faz diferença. Isso porque: primeiro, que não há sinalização informando nada no banco; segundo, sempre tem um profissional incompetente livre e é, justamente, com ele que você tenta tirar as dúvidas; e, terceiro, você terá que enfrentar uma fila durante longos e intermináveis 15 minutos.
ÉÉÉhhh!!! Ficamos tão acostumados à agilidade da internet que não temos saco quando o site está “em construção”, nem quando ela está lenta. E quando a conexão é via linha telefônica? Internet discada não é internet e deveria ser proibida pelo Ministério da Saúde. Não é coincidência que nos últimos anos tenha aumentado o número de pessoas que sofrem com pressão alta e dores de cabeça. Quem é obrigado a trabalhar com esse tipo de internet deveria receber uma gratificação por insalubridade. Computador lento e burro, em pleno século 21? É inadmissível e deveria ser incinerado: é arquivo morto! A situação é tão séria que piramos quando o computador resolve pifar. E isso só acontece quando estamos concluindo uma monografia ou quando estamos para salvar um arquivo importantíssimo que precisamos para o dia seguinte. Por outro lado, as desculpas “meu computador pifou” e “mas eu mandei por e-mail, não chegou?”, também servem quando não cumprimos com os prazos.
Pois é, camaradas. O computador é uma droga das pesadas, é feito a paixão. Quando você está com ele, fica louco a fim de se livrar. Mas, quando está livre, começa a ter fortes crises de abstinência, é quando você retorna a vida cibernética. A população não é mais economicamente ativa. A vida não é mais sexualmente ativa. (“Se você tem problemas de ereção ou de ejaculação precoce, procure o Medical... – kkk! Essa veio sem querer) Agora somos ciberneticamente ativos. E haja punheta, hein!
Pior que ter que bater uma punheta é colar a revista. Ter vontade de dar um murro no monitor, de jogar a CPU no chão e até conversar, amigavelmente, com a máquina como se ela pudesse entender, é, absolutamente, normal. A baixaria e as crises nervosas, na frente da tela do computador, não são NUNCA sinônimos de estresse. Esta é mais uma oportunidade de extravasarmos o ódio mortal a um inimigo. Não é saudável retrair e guardar sentimentos. Deixemos de conversa e vamos a um dos acausos da minha vida ainda (ou quase) real.
Após o encerramento do ano de 2007, logo em janeiro, Papola começou a se sentir muuuito inquieta. Mas era uma inquietação filha da puta que me deixa pior que barata tonta. Ela surge das profundezas do meu eu muuuiiito interior e não se aqueta facilmente. Dialoguei diversas vezes para entender porque Papola tava tão impaciente e com as altas taxas de adrenalina. Foi quando Cabeção, um amigo minerin, em uma das várias conversas do MSN, me chamou para conhecer Minas Gerais. Foi quando me veio o estalo! mmmiiinnnaaasss... mmmiiinnnaaasss... mmmiiinnnaaasss... mmmiiinnnaaasss... MINAS!!! Era isso! Eu tava precisando produzir algo de fato importante para a humanidade e Minas Gerais seria o lugar ideal. Daria continuidade ao trabalho sobre meio ambiente que iniciei o ano passado sobre o Rio São Francisco, em Petrolina.
Foi aí que o mundo começou a conspirar. A GOL e a TAM fizeram uma promoção de passagens. Depois de uma expedição homérica e várias tentativas de reservar a porcaria da passagem, quando, enfim, consigo, na hora de pagar...a internet dá pau! PUTA QUE LOS PARIÓ! (Soy tchique bein! Ai ai ai ai ai! Arriba, muchacha!) Tava fácil demais. Não bastava ser de madrugada, não bastava a net não ser discada, não bastava eu ter conseguido fazer a reserva, a merda da internet tinha que dá problema. O inferno prosseguiu durante duas semanas consecutivas. A adrenalina era tanta que eu e Papola estávamos pior que Hillary Cliton e Barack Obama em época de prévias. Parecia que o coração ia sair pela boca. Até que eu consegui confirmar a compra.
Paralelamente a este estresse, o mundo continuava a me perturbar. Ao atravessar a rua, olho pros dois lados e, não sei porquê, ao invés de olhar para o horizonte, meus olhos vão diretinho para a placa “Belo Horizonte - MG” de um Fox preto que estava parado no sinal. Agora me responda: o que diabos um carro de MG vem fazer aqui em Recife? Na TV, é praxe. Sempre têm notícias sobre BH e até sobre Ribeirão das Neves saiu semana passada. Esta é a cidade que me inscrevi para a prova do INSS. O caso mais invocado foi numa cinco horas da manhã de um dia qualquer.
Estava, Eu, assistindo o telecurso 2000 (ooOOOhhhh!). A aula era de como preencher um cheque. De todos os blá-blá-blás, a única coisa que me chamou atenção foi o nome da cliente e a cidade que estavam escritos no cheque: Angélica Santiago e Barbacena. A ironia? O nome de Cabeção, meu amigo minerin, é Cabeça Santiago e a família dele é de...adivinha? Barbacena! Putz, depois dessa só pude concluir que está no meu destino esta viagem. Tenho uma missão muito importante a cumprir e comprimir. Vou salvar o mundo e entrar para calçada da fama. Ô Glória!

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