terça-feira, 4 de setembro de 2007

Quem nunca trepou no muro?!

Publicado dia 31/08

Depois de um bom tempo, finalmente, fui ao dentista. É interessante como certos medos e ansiedades da infância conseguem perdurar mesmo na fase adulta. Eh!, confesso que ouvir a zoadinha da broca, também me lembrou que, naquele tempo, eu era muito mais corajosa. Ir ao dentista e não chorar, nem reclamar era sinal de coragem, força e de moral entre os três irmãos. Tanto que, com exceção de dois, todos os meus dentes foram arrancados por mim e pela mão matuta de meu pai. Já estava conformada e preparada pra receber aquela furadeira dentária, quando ouço um “Parabéns! Você só precisará do flúor!”. Chega senti o calor voltar às faces. Naquele momento, agradeci tanto ao meu pai pelas aulas chatas de como escovar os dentes.
Assim que sai do consultório, comecei a lembrar dos meus momentos da infância. (Que lindo!) Como as coisas eram mais simples e o tempo demorava a passar. A chegada das férias era o momento mais esperado e também o mais demorado do ano. Atualmente, férias é sinônimo de renda extra. (Lerê! Lerê! O que tem prá fazê? Lerê! Lerê! Vida de escraviário é difícil, é difícil vivê! Lerê! Lerê! – também com um chefe psicopata-islâmico – pois só ele entende sua letra - e o outro pervertido – ele me chamou de traveco. Por favor, sem comentários - não seria muito difícil imaginar o porquê? Não é!).
O que mais me impressionou é que quando somos crianças não temos medo de trepar nos muros e os pais sempre nos proíbem peripécias desse tipo. Em compensação, quando somos homens machões-ões-ões, aproveitamos essa autonomia e procuramos vários outros muros para trepar, só que agora tudo é muito mais difícil:
- Começando pela agilidade. Em um salto a criança sobe no muro. O adulto é bem mais lento e pesado. (É a velhice!).
- Para uma criança, cair do muro é sinal de orgulho entre os amiguinhos. Para o adulto, é hospital na certa.
- Para uma criança, basta pôr merthiolate (Olha o merchandising aê gente!) no arranhãozinho para estar pronto para a próxima escalada. O adulto, dependendo da vítima, transforma o arranhãozinho em visitas ao psiquiatra.
- Depois de um dia de escalada, as crianças esperam ansiosos o dia seguinte. Já o adulto, pode demorar dias para trepar novamente, o que frustra os coleguinhas.
- Para as crianças, qualquer muro é muro, desde que seja muro e os pais proíbam. Para alguns adultos, muros são a partir de 1.70m, para outros, só até 1.60m.
- As crianças escolhem os muros em que vão trepar. Uma parte dos adultos pega o primeiro que parecer confiável, afinal é melhor trepar numa mureta do que não trepar em nenhum.
- Criança, quando cai do muro, não chora e acha o máximo o troféu em forma de pereba que carrega no joelho. Já o adulto, pode demora dias, semanas, meses, até anos para se recuperar do baque.
- Para as crianças, qualquer dia é dia pra trepar no muro, pros adultos é preciso disposição para encarar a aventura.
- Toda criança adora trepar em muros, mesmo sabendo dos riscos. Alguns adultos não gostam dos riscos, por isso não trepam. Outros gostam e não vivem sem. E a maioria gosta, mas não consegue!

Independente da altura do muro e do tamanho dos riscos, o importante é trepar no muro! Lembrar que as cicatrizes sempre existirão e fazer como as crianças: pôr merthiolate porque água oxigenada dói pra caralho! A espuminha é só pra distrair!

Um comentário:

  1. que falta de sensibilidade te chamar de traveco... tá na cara que você é HOMEM com agá menon.

    ResponderExcluir